sexta-feira, 22 de abril de 2011

Review do álbum: Game – The Documentary (2005)


No fim de 2004, não existia na cena nenhum rapper da West Coast que conseguisse manter o “West Side Style”, forte na cena do rap americano. Embora artistas como Ice Cube e Snoop Dogg sempre tenham sido presentes, o público sentia que faltava algo, algum tipo de “sangue novo”. Nesse momento, um rapper novo vindo de Compton (lar das origens do gangsta rap do fim dos anos 80, de onde veio o grupo NWA) começava a chamar a atenção.

Jayceon Terrell Taylor, ou Game, foi baleado em 2001 na sua área onde se verificava tráfico de drogas, ficou dois dias em coma, e determinado a mudar de vida, começou a trabalhar em mixtapes que chegaram aos ouvidos do Dr. Dre (dispensa apresentações).

Após 4 anos de trabalho, em 18 de Janeiro de 2005 saiu o álbum “The Documentary”, que conta com produções de Dr. Dre, Kanye West, Just Blaze, Cool & Dre e Timbaland, vocais de 50 Cent, Nate Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Busta Rhymes, Faith Evans entre outros.

O álbum é considerado um clássico do rap, e traz os principais itens do rap West Coast, é um álbum de rua, e vale a pena ouvir. Aqui um review de todas as faixas:

1. Intro: A intro do “The Documentary” é bem trabalhada e é difícil imaginar uma intro que combine mais com esse álbum. Lembra a introdução de algum programa de TV dos anos 80. Como diz a voz “A qualidade de sua vida depende inteiramente da sua capacidade para jogar o jogo”

2. Westside Story: O que é necessário pra se dizer q um rap é pesado e com estilo West Coast? Beat pesado? Letra forte? Refrão gangsta? Essa música tem essas e as outras características, que quem gosta de um bom rap pesado busca. Beat simples e completo, com as características de um bom trabalho do Dr. Dre, refrão do 50 Cent e uma letra no puro estilo West Side. Na linha ”I dont do button up shirts or drive Maybacks” (algo como “agora não vou abotoar a camisa ou dar um role de Mayback”), ficou a dúvida se a linha era um ataque ao Já Rule ou ao Jay-Z.

3. Dreams: Essa faixa é uma das pérolas do álbum, mostra toda a qualidade e estilo de um beat do Kanye West, com um sample muito bem utilizado, e a habilidade lírica do Game, que mostra do que é capaz, contando as histórias da própria vida, citando momentos importantes. O tipo de faixa pra por no fone, fechar os olhos e curtir

4. Hate It or Love It: Essa faixa representa a excelente combinação entre o estilo do Game e do 50 Cent. O beat é envolvente, bem sampleado, e o refrão é ótimo, fica preso na cabeça, a letra passa uma idéia forte.

5. Higher: Esse som é pesado, o puro som de rua, o beat é simples e viciante, o refrão é daquele tipo que não sai da cabeça

6. How We Do: Essa faixa é uma das principais do álbum, um verdadeiro clássico do rap. Um beat do Dr. Dre com puro estilo Old School, lembra os sons dos anos 80, mas de um modo renovado, bem hardcore. 50 e Game fizeram uma combinação perfeita nessa faixa, e talvez esse seja o motivo que faz com que muitos dos fãs sonhem ver eles juntos de novo. O rap perfeito pra ouvir seja no carro, na festa, na rua ou sozinho com fones, fechar os olhos e cantar “THIS IS HOW WE DO!!”

7. I Don’t Need Your Love: Feche os olhos. Sim, esse é o tipo de faixa que é boa de ouvir de olhos fechados. Muito bem produzida, a letra, a interpretação e o flow merecem ser reconhecidos por serem bem trabalhados, Game sabe expressar bem suas experiências de vida nessa faixa. E o refrão merece destaque, a voz da Faith Evans ficou perfeita nessa faixa. Música muito envolvente.

8. Church For Thugs: Você ainda duvida que esse álbum é feito para a rua? Então ouça essa faixa, beat bem hardcore no puro estilo Just Blaze, e claro, Game mandando os versos clássicos que definem seu estilo

9. Put You On The Game: Sabe aquele som que você ouve e diz “cara, essa faixa é pesadona”? Então é disso que essa faixa se trata. Uma das melhores do álbum (se não a melhor), é muito bem trabalhada, no beat que considero o melhor que o Timbaland já fez. Com um refrão como “eu te mostro onde os bloods estão, e onde os crips estão” da pra explicar por que esse “blood nigga” sabe falar com a rua. Embora hoje o Timbaland seja consagrado como um produtor mais pop, essa faixa prova a capacidade dele de fazer um puro som gangsta.

10. Start From Scratch: Mais uma pérola do álbum, dá pra notar que o Game estava bêbado quando gravou, pela voz, e pelo flow arrastado, a gravação saiu bem natural. O beat é bem simples e completo, o refrão é muito envolvente.

11. The Documentary: A faixa título do álbum é um “documentário” sobre o hip hop e sobre a vida do Game. Cita vários álbuns clássicos do rap no refrão, como “All Eyes on Me” (2pac), “Illmatic” (Nas), “Death Certificate” (Ice Cube), “Reasonable Doubt” (Jay-Z), “DoggStyle” (Snoop Dogg), “Chronic” (Dr.Dre) e “Ready to Die (Notorious B.I.G.), são alguns dos álbuns que mais influenciaram o estilo do Game. Ele cita no segundo verso, sobre a linha da “Westside Story” que muitas pessoas acreditaram ser uma indirecta ao Jay-Z.

12. Runnin: “With 99 milles left” (com 99 milhas faltando), Game começa o verso citando o clássico do NWA “100 Milles and Runnin”. É uma das principais características dele, esse tipo de citações. Essa faixa tem um refrão que fica preso na cabeça, excelente. Conta com participação do Tony Yayo, pra contribuir com a excelência dessa faixa, flow bem trabalhado, beat muito bem produzida, tudo bem combinado pra criar mais um clássico.

13. No More Fun And Games: Essa é a faixa com a pegada mais rápida do álbum. Produção do Just Blaze, e nessa faixa, Game cita outro clássico do NWA, “Gangsta Gangsta”. Som rápido e movimentado, excelente até pelo menos ”2 seconds before the song finish”, último verso da faixa.

14. We Ain’t: Combinação lírica perfeita com dois dos melhores, Eminem é o destaque de faixa. O próprio Game diz “Chame o Dre pro telefone rápido, diga que o Em me matou no meu próprio bagulho”, mas a real, é que a letra dos dois é quente, o flow é excelente.

15. Where I’m From: Mais um hino para as ruas (é disso que o álbum como um todo se trata), mais um som clássico, que traz toda a essência da West Coastz Nate Dogg no refrão, um beat bem no estilo Los Angeles, letra gangsta, o que mais é necessário pra fazer o som que as ruas adoram?

16. Special: Essa música meio que “quebra” o estilo que o álbum segue até aqui. Uma faixa num clima totalmente diferente das outras. É uma excelente música, mas se alguma se fosse necessário tirar uma faixa do álbum, sem duvida tinha que ser essa.

17. Don’t Worry: Special não é fraca por ser uma faixa mais de amor. É fraca por não ter muito a ver com o resto do álbum. Diferente dessa, que é uma das melhores músicas do CD. Combinação perfeita entre o estilo gangsta, e o som de amor, a voz da Mary J Blide se encaixou perfeitamente, é difícil imaginar essa musica com outra pessoa no refrão.

18. Like Father, Like Son: Para fechar o álbum, essa faixa incrível, conta a história do nascimento do primeiro filho do Game. Provavelmente é, liricamente, a melhor faixa do álbum, o tipo de música para viajar. No beat dela, feito pelo Buckwild (já trabalhou com artistas de 50 Cent até Nas), o destaque é o incrível uso de um sample de violino, que impressiona quando ouvido com atenção. A voz do Busta Rhymes se encaixou perfeitamente na música, criando um dos melhores rifões do álbum. Excelente faixa para finalizar um clássico do rap.

2 comentários:

AntiVida disse...

Vlw
Vi esse review aeh e baixei o album, e realmente é muito bom, Game é phoda!

Anônimo disse...

salve rapaziada qual ou onde fica o link para baixar os cds nesse site valeu peace niggaz....

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